segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Vidui / Falecimento Primeiras Providências.



O vidui (confissão) é recitado antes do falecimento conforme o texto de Ramban (Rabi Moshê bem Nachman).

“A ordem do vidui de um doente terminal que recebemos de chassidim e de homens de bons atos com as seguintes instruções: O doente deve se esforçar para fazer teshuvá, pedir perdão para todos aqueles que tenha ofendido, e pedir aos presentes que rezem por ele. Ao fazer a teshuvá completa, deve lavar as mãos, colocar o Tsitsit e dizer: ‘Hashem Elo-kim emet vetoratô emet umoshê neviô emet uvaruch shem kevod malchutô leolam vaêd’. (Hashem o D'us é verdadeiro, Sua Torá é verdadeira, Moshê Seu profeta é verdadeiro e seja abençoado o nome da honra de Seu reinado para sempre).” 

Em seguida deve recitar o Ashrê yoshevê vetêcha até o final do Salmo 145, os Salmos 86, 4 e 121. Em seguida deve recitar o vidui com cavaná - grande intenção

Este é o texto que recebemos dos chassidim e de homens de bons atos:
Modê ani lefanêcha Ado-nai E-lohai vE-lohê avotai E-lohê avraham yitschak veyaacov E-lohê hae-lohim vaAdonê haadonim bashamáim mimaál veal haárets mitáchat ên od, ossê shamáim vaárets, ossê chésed mishpat utsedaká baárets, haia vehovê veyihiê, mehavê et hacol, sherefuati beyadêcha, umitati veyadêcha, iehi ratson milefanêcha Ado-nai E-lohai vE-lohê avotai shetirpaêni refuá shelêma ki Atá E-l rofê rachaman, veim bar minan amut tehê mitati capará al col chatotai vaavonotai ufshaai shechatáti vesheavíti veshepasháti lefanécha vetên chelki betoratêcha uvegan êden vezakêni laolam habá hatsafun latsadikim vaani modê umaamin ki Atá nimtsá metsiut guemurá, veAtá echad velo kechol haachadim, verosh lechol hanimtsaim, veenechá guf velo chôach beguf, velo iasigúcha massiguê haguf umikrav, veên bechá davar mitoarê hagufim, veAtá cadmon lechol hanimtsaim, veAtá raui leheavêd uleharim, veAtá hanotên nevuá befi chol haneviim, unvuat moshê avdêcha neviêcha lemála micol haneviim, veAtá natáta lánu al yadô min hashamáim torá shelemá umeshivat nafesh, vehi zot hatorá hakedoshá hametsuiá venênu, vehiguía elav mipi haguevurá, velo tihiê zot hatorá nedéret velo nessuchá, veAtá yodêa machshevot benê adam velo titrashel bahem, vedarkechá ligmol tov latsadikim ulehaanish lareshaim vetavi meshichênu haahuv utechaiê metênu. Yihiu leratson imrê fi vehegion libi lefanêcha Ado-nai tsuri vegoali.

Tradução:

Admito perante ti Ado-nai meu D'us e D'us de meus patriarcas, D'us de Avraham, Yitschak e Yaacov, D'us dos deuses Senhor dos senhores, no céu acima e sobre a terra abaixo não há outro, que faz o céu e a terra, que faz a justiça e caridade na Terra, que existe existiu e existirá, dá a existência a tudo, que minha cura está em Tuas mãos, e minha morte está em Tuas mãos. Seja a vontade perante Ti, Ado-nai meu D'us e D'us de meus patriarcas, que me curas com uma cura completa, pois Tu és D'us que cura com piedade. E caso, longe de mim, eu morra, seja minha morte um perdão sobre todas as minhas falhas e pecados e revoltas que eu falhei, pequei e me revoltei perante Ti, e me dê uma parte em Tua Torá, e no Gan Éden, e me faça merecer o mundo vindouro que é guardado para os justos. Eu admito e creio que Tu existes numa existência completa, Tu es um e não como todos os únicos, é o primeiro de todos os existentes, não es um corpo e não uma força corporal, e não Te compreenderá aqueles que compreendem os corpos e suas ocorrências, e não existe em Ti nada das formas corporais, e Tu é mais antigo de todas as existências, e a Ti é propício servir e elevar, e Tu colocas a profecia na boca de todos os profetas, e a profecia de Moshê Teu servo e profeta é acima de todos os profetas, e Tu nos deste por seu intermédio dos Céus a Torá completa que conforta a alma, e esta é a Torá sagrada que se encontra entre nós, e chegou a ele da boca do Todo-poderoso, e esta Torá jamais faltará e não será esquecida, e Tu sabes os pensamentos dos humanos, e não os abandonarás, e Teu caminho é proporcionar bondades aos justos e castigar os perversos, e nos trarás nosso Mashiach querido, e ressuscitarás nossos mortos. Seja bem aceito o dito de minha boca e os pensamentos de meu coração perante Ti, Ado-nai minha rocha e meu salvador. 

Se a hora está próxima, e a pessoa já não tem condição de recitar o Vidui completo deverá lembrar D’us como o Rei do Universo e da outorga da Torá no monte Sinai ao recitar a seguinte frase:

Ribonô shel olam yehi ratson milefanêcha sheyihie shalom menuchati. 

“Senhor dos mundos, seja a vontade perante Ti, que será em paz o meu descanso."

Escreveram os sábios cabalistas, que ao sair a alma do homem, o Satan fica à sua direita para tentá-lo a negar a existência Divina. A alma se nega, porém, pode ser que por causa do sofrimento momentâneo, ela pode sucumbir por alguns instantes. Portanto, antes que isto ocorra, deve-se declarar o texto a seguir (perante algumas pessoas que devem estar sentados):

Shimu rabotai harê ani mossêr modaá bifnechem beim sheiavô hassatan o cat dilê lehassit oti laavor al achat mimitsvot Ado-nai hên mitsvat assê hên mitsvat lo taasê hên mitsvot shechaiavin alehen keritot o mitot bêt din o guedarim o seyaguim o al hakelal culô chas veshalom uvifrat beim sheyavô êt pecudati lehashiv hapicadon asher hofcad iti yassit veyadíach oti umachamat êma varáad veteruf uvilbul dáat ani mode lo chalíla vechalíla hên bemachshavá hên bedibur o bechol ma shehapê yuchal ledabêr velêv lachashov af al pi sheamru chachamênu zichronam livrachá ên adam nitpas al tsaarô, im ên ossê calá ossê mechitsá benô levên avínu shebashamáim, bechên ani mossêr modaá bifnechem sheyihiê otô dibur o machashavá batêl umvutal kecheres hanishbar velo yihie mamash bediburi o bemachashavti o virmizati ki ani maamin beshimchá hagadol sheatá emet umoshê avdechá emet vetoratô emet veatá yachid umeyuchad veên iechidut camôcha beshum panim haia hovê veyihiê Ado-nai melech Ado-nai malach Ado-nai yimloch leolam vaed. Bayom hahu yihiê Ado-nai echad ushemô echad. Ki ên camôcha vae-lohim bashamáim mimáal veal haarets mitáchat ên od. Baruch Hu uvaruch shemô laad, baruch shêm kevod malchutô leolam vaed.

Ouçam meus senhores, eu estou prestando uma declaração perante vocês, se caso vier o Satan ou seu grupo para me incitar a transgredir uma das mitsvot Divinas, tanto uma mitsvá ativa, como uma proibitiva, tanto as mitsvot sob pena de morte celestial de caret ou de morte do tribunal, ou cercos, ou sobre todas as mitsvot em geral, D'us nos livre, e especificamente, se ao chegar o momento de minha obrigação de devolver meu penhor – a alma – que foi penhorado comigo ele vai me incitar e me desviar do caminho, e por medo, temor, enlouquecimento ou perda de lógica eu concordar com ele, D'us nos livre, tanto no pensamento como na fala ou de qualquer forma que a boca possa se expressar e o coração pensar, apesar de que disseram nossos sábios que a pessoa não é responsabilizada pelos atos cometidos no momento de imenso sofrimento, todavia se estes não causam seu extermínio, mas fazem um anteparo entre ele e nosso Pai celestial, portanto eu faço uma declaração prévia perante vocês para que esta fala ou pensamento sejam anulados totalmente como um barro que se quebra, e não tenha nenhuma consistência em minha fala ou pensamento ou indicações, pois eu creio em Teu nome sagrado que Tu es verdadeiro, e Moshê Teu servo é verdadeiro e sua Torá é verdadeira, Tu es um e único e não há outra unicidade como a Tua de forma alguma, existiu existe e existirá, Ado-nai reina, Ado-nai reinou, Ado-nai reinará para sempre. Naquele dia será Ado-nai um e Seu nome um. Pois não há como Ti entre outros deuses no céu acima e na terra abaixo, não há outro. Abençoado é Ele e abençoado é Seu nome para sempre. Abençoado o nome da honra de Seu reinado para sempre.

Os presentes devem responder:

Betseruf Kudshá Brich Hu uShchintê kibalnu hamessirut asher massar (fulano ben fulano) gufô venafshô ruchô venishmatô leilat col hailot vessibat col hassibot vechol ma sheyaassê mehayom negued messirat hamodaá hazot hên bemaassê hên bedibur hên bemachshavá anachnu mevatlim oto hamaasê betseruf Kudshá Brich Hu uShchintê velô yaassê (________ ben ______) shum roshem clal.

Juntando-se ao Santíssimo abençoado seja e sua Divindade, recebemos a declaração que nos transmitiu (______ filho de ______) seu corpo, alma, espírito, e neshamá, ao Motivo de todos os motivos e à Causa de todas as causas, e tudo o que ele fizer a partir de hoje contra esta declaração, tanto no ato como no na fala ou pensamento, nós estamos anulando este ato, juntando-se ao Santíssimo abençoado seja e sua Divindade, e não fará (______ filho de ______) nenhuma marca de forma alguma.



 

 
Logo após a morte, uma série de assuntos práticos e religiosos entram em efeito. 
Os principais são: 

a) Respeito pela dignidade e santidade do corpo.
b) O rápido retorno do corpo à terra.
c) Ajudar e fortalecer a alma em sua contínua jornada espiritual.

Quando ocorre a morte, a família enlutada enfrenta uma época muito difícil; mas também é difícil para o falecido. Segundo as tradições espirituais do Judaísmo articuladas no Talmud e Cabalá, a alma não deixa completamente este mundo até mesmo após o enterro. O período entre a morte e o enterro é bastante confuso para a alma, pois esta se encontra num estado de transição, desconectada do passado quanto do futuro. 

A presença de outros que, através de seu respeito e preces, demonstram que se importam, é bastante confortadora para a alma, pois as almas dos vivos fornecem uma estrutura de referência para a alma recém-partida. Fazer as coisas de forma confortadora para o falecido é portanto confortar aqueles que se importam com ele ou ela.

Seguem-se orientações práticas sobre cuidados com os falecidos do livro 
“Os últimos Momentos” – Por Rabino Shamai Ende

Após o falecimento

1. Pelo judaísmo, o falecimento se dá após a total parada cardíaca e cerebral. Mesmo após isto, não se deve tocar no falecido até aproximadamente 15 minutos após a morte para garantir que realmente faleceu. Quando não há médicos ou peritos no local, deve-se colocar uma pluma próxima das narinas, e esperar até esta ficar algum tempo sem se mover, fixando desta forma seu falecimento.

2. Logo após o falecimento deve-se cobrir a face do morto com um pano ou lençol, para não olhar na sua face, pois isto prejudica tanto aquele que olha como o próprio morto.. Existem alguns motivos para isto: 1) Quem olha a face de um morto terá dificuldades para estudar; 2) Isto prejudica a visão; 

3) Consiste numa vergonha para o falecido.

3. Em seguida, deve-se retirar todas suas roupas e cobri-lo com um lençol. Com cuidado carrega-se o corpo até o chão, tomando o cuidado para não descobri-lo, colocando-o no chão sobre um lençol, deitado de costas, com os braços e pernas esticados ao longo do corpo, olhos e bocas fechados, (caso não for possível fechar sua boca, deve-se amarrá-la com uma fita) e a cabeça ligeiramente levantada sobre um apoio. Não se deve colocar travesseiros ou cobertores, para não esquentar o corpo. Deve-se posicioná-lo de forma tal que seus pés ficam voltados para a porta. Muitos costumam deixá-lo em posição diagonal, com os pés direcionados para a porta. Ao descê-lo ao chão deve-se pedir-lhe perdão pelo desrespeito, citando seu nome e nome de seu pai. Como também existe uma prece especial que é recitada neste momento e alguns capítulos de Salmos (23 e 91, há quem recite também o 51).

4. Deve-se colocar próxima a sua cabeça velas acesas, de preferência 5 velas. Cobrem-se todos os espelhos e fotos humanas do local. As mulheres que não foram ao micvê após o período menstrual, devem evitar tocar no corpo. Como também os homens que manuseiam o corpo costumam ir ao micvê. 

5. [O texto dentro destes colchetes pertence à: Chevra Kadisha: É costume cobrir os espelhos e demais superfícies polidas (como quadros, fotos de pessoas envidraçados e televisão) na casa do enlutado, pois é proibido rezar na frente de espelhos. Alem disso, segundo a cabala, a alma do falecido visita a casa durantes estes dias e faz aparecer a sua forma através do espelho.]

6. É costume judaico entornar toda a água que se encontra em qualquer utensílio da casa onde ocorreu o falecimento. Também entorna-se a água dos utensílios da vizinhança, ou seja, das duas casas próximas à do falecido, tanto as casas da direita, da esquerda, e no caso de prédios, se for apenas um apartamento por andar, dos dois andares superiores e inferiores. Esta água não deve ser bebida, mas pode ser usada para lavar. Água fervida, congelada, gaseificada ou que contém alguma mistura não entram neste costume. 

7. A Chevra Kadisha local deve ser contatada imediatamente para as devidas providências, iniciando sem demora os preparativos necessários para o enterro [cuidados do corpo, sua lavagem- Tahará- e preparação para o enterro, aquisição do devido caixão, documentação, e procedimentos legais, velório e o próprio enterro. Existem situações em que deve-se chamar a Chevra kadisha com urgência para evitar, por exemplo, que o corpo seja levado contra a vontade ao IML.]

8. [O corpo não deve ficar sozinho em hipótese nenhuma, de dia ou de noite, e ninguém deve comer, beber ou fumar no recinto em que ele se encontrar. Se o corpo estiver em uma geladeira, basta ficar próxima dela. Em hospitais, deve-se ficar atento aos diferentes procedimentos e exigir o devido respeito com relação ao corpo e às crenças e práticas religiosas do falecido.]

2. Falecimento no Shabat

Caso o falecimento ocorreu no Shabat, não se deve tocar no corpo desnecessariamente, porém costuma-se assim mesmo, despi-lo e coloca-lo no chão conforme dito acima, porém não se fecha-lhe os olhos nem se estica seus membros. Se for possível deve-se colocá-lo no chão ainda com roupa e somente depois despi-lo, ou colocar sobre ele algum objeto que possa ser manuseado no Shabat, ou até mesmo um pão ou qualquer comida. Não se fecha sua boca, porém pode-se amarrar uma fita (com um laço mas não com um nó) para a boca não abrir mais do que está. Não há necessidade de jogar fora a água da casa ou da vizinhança quando o falecimento ocorreu no shabat. Não se deve contatar a Chevra Kadisha nem transportar o corpo no dia de Shabat.

3. Falecimento no Yom Tov

1. Quando ocorre o falecimento no primeiro dia de Yom Tov, deve-se tomar todas as providências possíveis para o enterro somente por intermédio de um não judeu. Porem a lavagem do corpo e a Tahará, pode ser feita através de um judeu, se este não profanará o Yom Tov para tanto. Pela lei, o transporte do corpo, o enterro e todas as preparações poderiam ser feitos através de um não judeu, sendo que nenhum judeu pode profanar o Yom Tov para tanto. Já no segundo dia de Yom Tov as leis são um pouco diferente. Tudo que pode ser feito através de um não judeu, como cavar a cova, preparar o caixão e as mortalhas, cobrir com terra, deve ser feito através de um não judeu. No entanto, se não dá para fazer por um não judeu, pode ser feito por um judeu, todo trabalho extremamente necessário. Porem é proibido ir ao cemitério de carro para acompanhar o enterro, como exceção dos que são necessários para o enterro (membros da Chevra Kadisha, coveiros, etc.)

2. No entanto, para evitar Chilul (profanação do) Yom Tov, como também para não faltar na honra do falecido (já que muitas poucas pessoas chegariam ao cemitério sem profanar o Yom Tov), não costumamos atualmente realizar enterros no Yom Tov. Somente num caso que tem se certeza que não haverá chilul Yom Tov, e quando o corpo está em estado de putrefação avançado, permite-se fazê-lo no segundo dia de Yom Tov conforme as leis acima. 

Honra ao morto

1. O corpo judaico tem em si uma santidade especial devendo ser tratado com respeito. 

2. É proibido comer ou beber qualquer alimento no ambiente onde se encontra um morto, salvo se houver entre a pessoa e o morto um anteparo de pelo menos 80cm de altura. Como também não se recita no local nenhuma berachá. Em caso de grande necessidade, pode se comer no local, contanto que se vire de costas para o morto e se afaste pelo menos 2m do morto antes de recitar uma bênção. 

3. É proibido fumar ou cheirar rapé perante o morto. 

4. Não se deve estudar Torá, colocar Tefilin ou Talit perante o morto, salvo se afastar do mesmo 2m. Porem pode recitar Tehilim e trechos sagrados na hora da lavagem, já que isto é feito em honra ao mesmo. Como também, pode se falar trechos da Torá e do Talmud nos discursos fúnebres (hespedim), já que isto é feito em honra do falecido.

A guarda do corpo (Shmirá) 

1. A partir do momento do falecimento, até o enterro, é proibido deixar o corpo desacompanhado. Mesmo que até o enterro irá demorar vários dias, e mesmo que não há nenhuma suspeita que algo de mal possa ocorrer com o corpo, este deve estar sempre acompanhado por um Shomer (responsável pela guarda), (Consta no Maavar Yabok (1, 24) que o motivo disto é que ao encontrar um corpo desacompanhado, os espíritos de impureza se apoderam dele e o impurificam, já que estes foram criados sem corpo, e desejam se apossar de um, principalmente quando este tiver a santidade judaica) tanto durante o dia como durante a noite. 

2. Este shomer deve constantemente recitar Salmos e outras preces próximo do falecido, sendo proibido conversar perto do morto assuntos que não diz respeito ao enterro e suas preparações. Como também, é proibido cumprimentar alguém, ou responder a um cumprimento perante o morto e comer ou fumar no local. Este shomer está isento de recitar o Shemá e de rezar e de qualquer outra obrigação da Torá (como colocar Tefilin por ex.) enquanto está ocupado com a guarda do corpo (logicamente que é proibido transgredir qualquer proibição). Porem se duas pessoas estão fazendo a shemirá, devem se intercalar sendo que enquanto um fica cuidando o outro sai para recitar o Shemá, rezar e colocar o Tefilin. Quando o período de guarda é longo, ou quando se passa uma noite, aconselha-se a designar dois shomrim para que enquanto um cuida o outro possa descansar e dar uma saída se for necessário, evitando que o falecido fique desacompanhado sequer um minuto. 

Mesmo se o corpo pernoita numa câmara fria, deve-se ter um shomer próximo. 

Se o morto se encontra em um local que pode ser desprezado ou destruído, por ex. próximo de um incêndio ou num local onde existem ratos, ou em praça pública, deve-se retira-lo de lá, levando-o para um local seguro e protegido. 

Mesmo durante o Shabat há necessidade desta shmirá, caso o falecimento tenha ocorrido no shabat, ou se passou um Shabat antes do enterro. No entanto é proibido manusear [O corpo é considerado no shabat muktsê, ou seja, algo proibido por nossos sábios de manusear no shabat. Só é permitido manusear no shabat, pessoas, alimentos e utensílios de uso permitido. As leis de Muktsê são muito extensas, não sendo aqui o local para descrevê-las] ou transportar o corpo no Shabat mesmo se for necessário por causa dos cohanim que se encontram no local, devendo estes saírem do local

No caso que os parentes desejam transportá-lo para outro local por alguma necessidade, devem fazê-lo por intermédio de um não judeu. Porém, se o morto se encontra em um local de desprezo ou não seguro, ou se desejam colocá-lo na câmara fria para que não cheire mal, e não há condição de fazê-lo por intermédio de um não judeu, pode ser transportado por um judeu por intermédio de suas roupas, que não são muktsê, ou colocando sobre sua cama algum objeto ou comida não muktsê. Mas mesmo neste caso, não pode transportá-lo passando por uma rua, ou qualquer praça pública que não se pode carregar nela no shabat pela Torá, somente por intermédio de um não judeu se for necessário. Como também no Shabat é permitido colocar gelo sobre o corpo e até mesmo pedir a um não judeu comprar ou trazer gelo para este fim.

Durante todo o tempo do velamento do corpo, desde o falecimento até a lavagem, o corpo e a cabeça devem estar totalmente cobertos. As pessoas que se encontram no local estão totalmente proibidas de conversar, cumprimentar, comer, fumar ou fazer qualquer estudo ou mitsvá perante o corpo, a não ser recitar Tehilim e preces em prol do falecido. Quem não tem certeza que se portará no recinto da forma devida, não deverá permanecer no local.

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